domingo, 19 de outubro de 2008

Poema


A Cereja


Lucelena maia



Guardar, das belas cerejas adocicadas,

Prazerosos sabores vividos em regalo,

Tal qual ventura de paixões deliciadas,

Faz, da fruta favorita, uma colheita fácil.



Corteja-se, sem pressa e à distância

Acumulando as dispensáveis, em cesto,

Cujo destino deste, em transbordância...

São cerejas em caldas ou em refresco.



Mas a que brilha aos olhos, a escolhida...

Ah! Aquela, lá no alto, pede total atenção;

Não faz parte do cesto. Sendo ela colhida,

Será deglutida, com a mais suave excitação.



Alguns segundos de paladar, e o esquecimento

Do que representou a estimulante investida;

A beleza da fruta aguçou a libido, em detrimento...

Comê-la, por ser bela, justifica a investida.



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