quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Fichamento: Imprensa Feminina


Dulcília Schroeder Buitoni
São Paulo: Ática, 1990.
2ª edição; 96 p.


Página 5
“Por essas razões, a imprensa feminina é um campo que merece ser explorado. Estudantes de comunicação, sociologia, psicologia, história, a todos, essa produção multifacetada tem propostas a fazer. Primeiro, começar a perceber o que ela representa no mundo atual, jamais resumindo-se a receitas de culinárias e contos de amor. Suas funções não são transparentes, não visam apenas conselhos práticos, ou lazer. No espelho a imprensa feminina as imagens e as verdades são muitas. Trabalhar nessa imprensa, analisá-la, é tarefa importante e necessária, principalmente no contexto da sociedade brasileira.”


Página 11
“Muitas pessoas costumam contrapor imprensa em geral e imprensa feminina quase sempre valorizando a primeira.”

“No pensamento de muitos, inclusive de estudiosos de comunicação a imprensa feminina resumi-se em revistas de moda, culinária,fotonovelas, enfim distração lazer, consumo, para não dizer alienação.”

“Imprensa feminina não é jornalismo, afirmam muitos. Hoje, com o desenvolvimento da publicidade, as revistas femininas só serviram de pretexto para o catálogo de anúncios ficar mais interessante. Não se poderia falar em jornalismo feminino, pois, se o jornalismo é fundamentalmente o fato, os periódicos feminos nunca estão atrás do fato.”


Página 12
“O 'verdadeiro' jornalismo reveste-se de mais valor na medida em que está ligado à noticia objetiva, ao debate, à analise do que aconteceu no mundo. Objetividade e neutralidade, porém são idéias inatingíveis”


Página 14
“ A moda impulsiona a imprensa feminina e é por ela impulsionada. O primeiro grande salto dos periódicos femininos em direção às grandes tiragens aconteceu em torno da difusão de moldes de costura, nos EUA.”


Página 15
“O sociólogo Maurice Duverger subdivide a imprensa especializada em imprensa de público especializado e a imprensa de assunto especializado. Ele diz que a imprensa feminina é de assunto especializado (assim como periódicos esportivos, literários, revistas de TV etc). Então, o conteúdo seria responsável pelo seu enquadramento. Acreditamos que o conteúdo possa ajudar a caracterização da imprensa feminina, embora não concordemos em chamá-la de imprensa de assunto especializado.”


Página 16
“ O conceito de segmentação de mercado, relativamente recente, vem sendo usado pelas editoras brasileiras. Trata-se de uma forma empírica, derivada de estudos mercadológicos, de determinar a fatia do público que se pretende atingir. Nessa caracterização, podem entrar desde sexo, classe, idade, assuntos preferidos, até enfoques tipo “para mulheres solteiras”, “para executivas” etc. Tais especificações constroem o perfil da leitora e a maneira de escrever para ela. A 'receita' envolve dados demais, dificultando classificações comparativas.”


Página 18
“Com o desenvolvimento da indústria de comésticos, de moda e de produtos para a família e a casa, e com o respectivo progresso da publicidade, as revistas femininas tornaram-se peças fundamentais no mercado de países capitalistas.

Obs: Na pagina 18 fala sobre publicidade atemporal e estrutura da revista.

“A fotografia e o desenvolvimento das técnicas de impressão fizeram da imprensa feminina uma mídia cada vez mai visual.”


Página 20

Obs: Fala de jornalismo de serviço e que uma receita de culinária não se enquadra neste tipo de jornalismo.


Página 21
“As seções de respostas às consultas das leitoras, presentes na maioria das publicações femininas, também prestam serviço. Elas enfocam problemas determinados, que podem, no entanto, ser aproveitados não só pela pessoa consulente. Ao mesmo tempo que prestam um serviço as leitoras, as cartas fortalecem o prestígio e a credibilidade da revista.”


Página 22
“Assim, quase não há revista que não trate de alguma maneira, do tema coração. O enfoque pode ser o romance, o melodrama, a análise, o sexo. O coração já estava nos inícios.”

*Fala porque as mulheres gostam de horóscopo e testes psicológicos nestas revistas segmentadas.


Página 24
“Quando precisou servir de canal de expressão literária, lá estava ela. Quando as mulheres começaram a reclamar seu direitos tom estava ela. Ainda trazia moda, beleza e conselhos práticos.”


Página 28
“Até a metade do século XIX, a imprensa feminina era um produto para a elite. As leitoras podiam ser cotadas em poucos milhares, pois somente as mulheres da aristocracia e da elite sabiam ler e dispunham de tempo para isso.”

Obs:
Página 30
Fala da questão de brindes
Página 36
Suplemento histórico da imprensa feminina
Página 42
Sucesso das ilustradas


Página 48
“Nossa grande imprensa feminina inicia-se com a Capricho, da Editora Abril, em São Paulo, lançada em 18 de junho de 1952. A Abril estava começando; os primeiros quadrinhos de Walt Disney foram seus primeiros produtos. Um dos atrativos da nova revista foi a fotonovela completa numa edição, enquanto as concorrentes publicavam-na em capítulos.

Obs: Nesta página têm mais informações sobre a Capricho.


Página 51
“A filosofia da Cosmopolitan (revista Nova no Brasil) concentra-se na idéia de que é preciso infundir na leitora a confiança de si própria, algo como 'você é capaz' 'você pode'”.


Página 54
“Somente na década de 70, é que surge uma imprensa feminina mais reinvindicatória, decorrência das contradições urbação e sociais aumentadas pelos anos da ditadura.”


Página 57
“A revista foi-se tornando, ao longo do tempo o veículo por excelência da imprensa feminina, seja no aspecto da apresentação gráfica, seja nas correspondentes maneiras de estruturar seu conteúdo.”

Neste capítulo também fala de maneiras de diagramação


Página 64
“ A imprensa feminina discutiu a posição das mulheres na sociedade e defendeu seus direitos : estava em foco o comportamento público, ou melhor, as interferências do público privado.”


Página 68
“Não podendo sustentar-se apenas com o trabalho dos jornalistas, por ser multifacetada e abrangente a imprensa femininas é um prática que estimula a complementaridade.”


Página 71
“Quando o meio impresso era a única forma de divulgar e debater idéias, a imprensa feminina teve um importante papel na luta pelos direitos da mulher, chegando a conseguir a feitura de lei e outras significativas vitórias.”


Página77
“Como produto da cultura de massa, a imprensa feminina favoreceu a democratização de costumes – roupas, móveis, alimentação pedagogia, saúde, lazer e etc. Tais progressos vieram marcados pela finalidade de lucro, porém não deixaram de ser uma ampliação de oportunidade e conhecimentos, que se traduziu em qualidade de vida.”


Página 78
“A imprensa feminina não mostra a negra, a índia, a japonesa; não mostra a pobre e nem a velha – apresenta como ideal a mulher branca, classe média para cima e jovem. A juventude é outro dos mitos modernos que foi totalmente adotado pelos veículos femininos servindo para estimular o mercado a exigir a eterna renovação.”


Página 79
Descrição do perfil de Micheline Gaggio Frank


Página 82
Descrição do perfil de Maria Lúcia Fragata Tulerra (trabalhou no jornal Estado de São Paulo).

Ela relata:
“Jornalismo feminino em jornal encontra dificuldade de identificação profissional, é sempre o segundo escalão da empresa. Não dá pra fazer um bom produto no improviso, com pessoas mal pagas. Além disso, a maioria dos jornalistas e mesmo as jornalistas mulheres fazem pouco caso da imprensa feminina. As pessoas se formam e só pensam em trabalhar na editoria de política ou economia.”


Página 85
Descrição do perfil : Inês Castilho -> diretora do jornal mulherio
Descrição do perfil: Fátima Ali -> diretora da revista Nova

“Porém, diz Fátima, a imagem da mulher é resultado de um conjunto de forças que formam o contexto social; e os meios de comunicação representam uma dessas forças. O jornalismo feminino desenvolveu-se com a industrialização e com a publicidade, sendo a mulher o principal alvo do consumidor: essas circunstncias são inerentes a economia capitalista. Revista é feita para vender.”


Página 86
Descrição do perfil: Cristina Duarte --> Diretora da revista Claudia


Página 91
“Editorias: são as divisões mais gerais do universo abrangido por um publicação. As editorias tradicionais da imprensa feminina concentra-se em torno de moda, beleza, cozinha e decoração, às quais a evolução dos tempos acrescentam outras, conforme a linha do veículo: saúde, sexo, trabalho etc.”


Página 92
“Imprensa feminista: Constituída pelas publicações que têm finalidade política de defender as mulheres. De modo geral, trata-se de veículos alternativos, pois é muito difícil conciliar publicidade e objetivos de militancia.”

“Jornalismo especializado: classificação que abrange jornalismo para o público especializado e o jornalismo de assunto especializado. já se tentou, sem êxito, encaixar a imprensa feminino num e noutro.

*** Nas páginas 94,95 e 96 existem algumas referências bibliograficas

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